27 de julho de 2012

A floresta azul


Enquanto a noite acordava meu olhar ganhava um tom azulado, servindo como um anuncio não intencional do frio que nos esperava madrugada a dentro. Entre indas e vindas pela Mata Atlântica, pela primeira vez eu senti um vazio, silencioso e imóvel. Éramos quatro pessoas andando por uma floresta tão quieta e tímida que nem o medo da noite que trazemos em nossa memória genética existia ali. Éramos quatro pessoas, mas apenas isso, acho que todos os outros que moravam aqui se foram. Dentro da floresta azul eu senti uma solidão profunda, talvez a mais verdadeira.

Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, Brasil.
Junho de 2012


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