Sobre Ratos e Reis: Nós!

O homem vive se perguntando se estamos sozinhos no espaço. A resposta, logicamente, é não. Dividimos a Terra com alguns milhões de espécies. E mesmo se formos nos referir a vida “inteligente”, a resposta ainda seria negativa. Não somos os únicos animais inteligentes no cosmos, nem mesmo na Terra.

Nós estamos acostumados a tratar todo o resto do mundo como algo tão diferente de nossa natureza que não conseguimos atribuir-lhes um valor tão alto quanto aquele que atribuímos a nossa existência. Então saímos por aí tentando encontrar algo que tenha esse valor. Mas não existe uma titulação da valores para a vida.

O que dizer então da pesquisa da equipe do Dr. Mark Bodamer que publicou um maravilhoso artigo na edição de janeiro do periódico American Journal of Primatoloy, em que ele constata que chimpanzés não só compreendem o conceito da morte, mas também tem maneiras específicas de lidar com isso, inclusive limpando e velando os corpos dos falecidos? Mas acredite, isso ainda é muito pouco se levarmos em consideração a complexidade comportamental que essa espécie tem. Assim como os chimpanzés, outras espécies também possuem a tal da “inteligência”, cada uma com sua particularidade.

Assim como temos dificuldade de definir o que vida, temos dificuldade de definir o que é inteligência. Partimos do pressuposto que a vida necessita de carbono, mas isso somente baseado em nossos processos de seleção natural, aqui na Terra. Em outros locais do cosmos a vida pode ser baseada na química do silício por exemplo, como exalta o genial Dr. Tom Gold, professor de astronomia da University of Cornell (EUA). Imagine a dificuldade que temos pra definir isso como vida. Inteligência é a mesma coisa. A gente quer encontrar vida inteligente como a da nossa espécie e desprezamos qualquer outra forma de inteligência. Somos poucos hábeis em definições complexas, como vida ou inteligência, por isso creio que o melhor a fazer é não criarmos classificações dogmáticas que tirem o respeito das outras formas de vida. Manter-se em posição respeitosa e estudar para compreender melhor essas questões é a postura mais inteligente que nossa espécie pode adotar.